Sabadão
Encontro alguns troianos no metro, espero, por outros.
Sol. Alongamento. Aquecimento: pega-pega pelo espaço. A cada passo uma descoberta. Esconde-esconde. O troiano encontrado não poderia ser denunciado. Silencio! Disfarça!
Outro exercício: corredor de gente, um dos companheiros corre de olhos fechados. Não estamos concentrados, não estamos unidos! Um tombo e o grupo passa a se perceber melhor.
Mais um: contar até trinta. Detalhe: cada um fala um numero e quando dois falam ao mesmo tempo, a contagem recomeça. Chegamos ao 18.
Agora, ação: meia-hora para apresentar o espaço para os diretores. Percurso. Muitas idéias.
Começa no portão: atrás das grades de ferro... AAAAAAAAAAHHHHHHH! E todos saem correndo. Do fundo do espaço duas troianas aparecem guiando um carrinho de ferro onde descansa uma vítima. Um guia cego salta de uma janela e dentro da sala aprendizes cegos. O guia leva o público à escada onde uma troiana em panos brancos e suja de carvão lamenta-se com uma cadeira. Mais alguns paços e toda equipe junto, atirando pedras à muralha azul imponente grega.
Almoço. Descobrindo Belém.
Voltamos. Exercícios.
Lais, Andersom e Paola se separam. Lais chora todas as dores do mundo, cai no chão, grita e conta toda sua história em uma língua desconhecida. A tragédia estava lá.
Enquanto isso exploramos cegos, a sala de aula. Exploramos os sons, as texturas. Alguns abrem os olhos mas são orientados a permanecerem cegos. Descubro na biblioteca “Ensaio sobre a cegueira” em Braille. Descubro que ficar cego é insegurança a cada passo. Será que posso? Será que devo. Descubro que ficar cego é estar muito mais atento à todos os detalhes, até aos detalhes da visão.
E para finalizar, mais 20 min para apresentação do espaço. Com a ajuda dos companheiros subo na laje e com os olhos vendados, tateio uma grade. Dessa vez não acompanhei o percurso todo.
17 hrs, fechando o espaço.
Discussão e cervejinha, vamos pensar no programa do experimento.
Em Braille?