quinta-feira, 18 de novembro de 2010 | By: Inara Vechina

um dia antes

Tróia agora está aqui, dentro de mim.
Só de pensar no azul, sinto um frio na barriga.
Ouvir o canto de Hécuba
A voz infame de Helena
A dor de Cassandra
Sentir a presença fria de Polixena.
É nessa hora que é a minha hora.
É nessa hora que tenho em mim a última esperança.
Eu sinto um peso tão grande
Eu não queria ser quem eu sou.

Durante todos esses dias eu precisei morrer.
Eu matei a Inara todos os dias.
Eu precisava estar vazia, oca.
Ser útero, só receber.

A música me ajuda muito.
O vestido me inspira muito.
E eu só consigo dizer a próxima palavra quando vejo o olhar de vocês pedindo pra eu continuar.

Toda vez que vejo uma melancia é como se levasse um soco no estômago.

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